O CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM LETRAS DA UFAM, NO CAMPUS AVANÇADO DE COARI-AM, REALIZADO DE 1995 A 1999
O Primeiro Curso de Licenciatura Plena em Letras realizado em Coari-Am pela UFAM (anos de 1995 a 1999)
O saudoso escritor coariense, Francisco Vasconcelos, nome que se exalta e se projeta dentro da literatura do estado do Amazonas, em um de seus curiosos retornos à cidade-sede do município de Coari-Am ( 365 Km de Manaus, por via fluvial ), pelo final da década de 1990 e, daquele milênio, se deparou com uma curiosa novidade na cultura e educação daquela cidade. Assim ele escreveu em sua memorável obra sobre seu resgate de lembranças e, de história da cidade, das décadas de 1930 e de 1940 (publicada em 2002):
"Fazendo parte das atividades da Universidade do Amazonas em Coari, realizava-se, sem que fosse de meu conhecimento, curso de Licenciatura Livre em Letras. Curso de férias, com a participação de alunos de vários municípios do Solimões (...) E, melhor de tudo, a surpresa anunciada: ministrando o curso, o professor Paula da Rocha, contemporâneo do Ginásio, em Manaus, colega que fomos no primeiro ano ginasial, nos idos anos de 1950 (...) Foi, na verdade, uma dupla surpresa: um curso de letras em minha terra, e o inesperado reencontro com o velho colega que, para meu maior orgulho, sem que eu soubesse, se tornara professor universitário".
Qual foi a grande surpresa do memorável escritor, expoente da literatura do estado, ao descobrir o curso de Letras e a presença de um colega, de juventude e ginásio, ministrando naquele momento uma disciplina aos alunos que ali estavam, a cumprir mais uma etapa daquele projeto, muito bem estabelecido, na cidade de Coari. O curso iniciára as atividades em meados de julho, de 1995, após vestibular prestado por professores e alunos, residentes em Coari e em seis outros municípios, abraçados pelo Campus da UFAM: Codajás, Alvarães, Tefé, Beruri, Anamã e Anori.
O escritor demonstrou seu contentamento pela iniciativa empreendida, dos governos - estadual e municipal, pois, como homem das letras e das obras literárias, reconheceu à projeção que aquele curso daria aquele Polo... As expressões usadas pelo escritor como: curso livre de Letras, ginásio e Universidade do Amazonas, fazem parte das nomenclaturas de época dos mesmos. Hoje os chamamos: Licenciatura Plena em Letras, ensino médio e UFAM - Universidade Federal do Amazonas. No início dos anos de 2000 as legislações do MEC (Ministério da Educação), dariam novos rumo e caráter a esses termos e sus instituições.
Desde 1970 o Campus da hoje UFAM - Universidade Federal do Amazonas, foi instalado na cidade-sede do município de Coari-Am. Naquele momento, a nomenclatura da respeitada instituição, de formação acadêmica, na Amazônia, ainda o era UA - Universidade do Amazonas. E somente após 25 anos de fundação e instalação daquele campus em Coari estava sendo realizado, naquele momento (1998), um curso a nível e porte acadêmico como aquele. Cerca de 49 alunos beiravam à conclusão de todos os módulos do curso pela ocasião da visita do escritor. Os estudos haviam iniciado em 1995, mas que teria sua total conclusão em agosto de 1999.
Foram quatro anos de muita dedicação e exaustão intelectual. O curso era de férias, intensivo. Por isso os alunos prestavam total dedicação, dia após dia, abrindo mão do período de férias, duas vezes ao ano: janeiro a fevereiro e julho a agosto. Após a jornada de cada módulo do curso, como todos eram profissionais do magistério, retornavam as suas atividades corriqueiras.
Os que moravam e lecionavam em Coari, logo tinham mais conveniência com o término do módulo de curso, mas aqueles outros, vindos de outras cidades, os que tinham que desarmar seu acampamento temporário, sabiam o que viria pela frente. Esses enfrentamentos tinham a ver: desde atritos domésticos, profissionais até às longas horas de espera nos portos, pelos barcos a seu município de origens, e somente ao chegar, poderiam respirar por alguns instantes, a logo se dá início as atividades pedagógicas profissionais e corriqueiras. Ao mesmo tempo que acontecia o curso de Letras, estava sendo realizado também, com outros mais 50 alunos, o curso de Pedagogia. Desse modo, sazonalmente, cerca de cem alunos eram clientes constantes do Campus da antiga UA em Coari. E o trânsito de mestres e doutores para ministrar as aulas na sede do município foi sempre constante e dinâmico. Pode-se afirmar que Coari foi muito bem frequentada por profissionais, os quais, detinham em seus currículos uma grande bagagem, de experiência e cultura. Em geral, já eram profissionais com cerca de 20 ou mais anos de academia naquele momento.
Durante os anos de 1995 a 1999, naquela década final do século XX, o Campus da UFAM, na cidade sede de Coari, era tomado de uma centena de gente, oriunda de várias cidades, da região e da capital do estado. Todos os mestres e doutores cujo ministraram o curso, chegavam em Coari e ficavam encantados com o o grupo de alunos. Muitas vezes, contratempos aconteceram e estes se somavam a vários ocorridos como: greve dos docentes na sede da UFAM em Manaus, problemas de estrutura de sala de aula no Campus de Coari, material didático "perdido" pela empresa aérea (na qual os docentes viajavam), as dificuldades de escasso material bibliográfico (especializado), para uso dos alunos dos dois cursos que ocorriam... Enfim, uma somatória de adversidades a serem vencidas à conclusão dos estudos dos acadêmicos e, das aulas ministradas pelos mestres e doutores.
Por isso, as saídas, foram estender por mais horas os módulos que deveriam ser cumpridos antes da greve ( tornando o curso mais cansativo ainda), outras vezes, houve necessidade de se ocupar salas de aula em escolas das redondezas do Campus, para poder acolher aos acadêmicos e professores, pois aconteceu uma pequena reforma no Campus durante um dos módulos de estudos. Durante o curso, houve também eleições municipais que, causavam alguns contratempos em relação a manutenção do convenio entre os municípios do Polo de estudos no Solimões. Assim também como a mudança de reitores da Universidade do Amazonas (UA).
* O baile e o coquetel de formatura do curso, realizados após a colação de grau, as 23:00 horas do dia 13 de agosto de 1999. O local escolhido foi a casa de festas mais requintada da época, em Coari, o Refúgio Dois Pinguins, de propriedade do senhor Messias Ribeiro. Ficava localizado no bairro de Itamarati.
A Ufam Multicampi está presente no interior do estado do Amazonas desde 1970. Coari foi o primeiro município a acolher um dos campus. Naquele momento a nomenclatura da instituição era UA. A partir da expansão do ensino superior, em 2005, promovida pelo Governo Federal da época, a antiga sigla ganhava o "FAM", do federal. Assim nascia a nomenclatura atual: UFAM - Universidade Federal do Amazonas. Há 111 anos a Universidade foi fundada no Amazonas, em Manaus. Começou como a "Escola Universitária Livre de Manáos" ( a primeira Universidade brasileira ), localizada no antigo prédio da Escola Estadual Saldanha Marinho (hoje abandonado no centro de Manaus), foi instalada em 15 de março de 1910 e denominada como Universidade de Manaus em 13 de julho de 1913. Além de está presente em Coari, há também os campis de outros municípios: Benjamim Constant, Humaitá, Itacoatiara e Parintins. Em 1995, quando iniciaram os cursos de Letras e Pedagogia em Coari, era o reitor, desde 1993, o magnifico Abrahim Fraiji, sucedido por Walmir de Albuquerque Barbosa em 1997.
*À meia-noite do dia 13 de agosto de 1999, os alunos do curso juntos a: professores, familiares, amigos e colegas, brindaram a conclusão, tão almejada, a tamanho empenho e jornada (1995 a 1999). Foi um momento histórico à educação do município de Coari e a todo o polo de estudos. Houve muito amadurecimento intelectual, profissional, pessoal e cultural. Começava uma nova era...
Aqui, fica a sequência de páginas do convite, de todas as celebrações. Foi um momento muito cortejado por cada profissional, seus familiares e todos aqueles que poderam e se fizeram presentes. Era uma época em que o país pouco tinha de aplicação na educação superior. E apenas, em meados da década seguinte, ao novo milênio de 2000, se conseguiria apoio do Governo Federal ao ensino superior público, mais abrangente, a um maior alcance de estudantes no interior da Amazônia.
*Houve à época, uma correção nas datas de festividades e celebrações para que o calendário profissional de todos pudessem coincidir com as realizações e participações de todos os formandos.
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